domingo, 12 de abril de 2020

25 Npcs - Personagem 8 - Pieter Borsch, parte 2 - Disputa pela Torre Fabulosa

"Caro Rafiq,

Nessa segunda carta para ti, quero já deixar claro. Não, realmente não sei toda a extensão dos poderes, itens e efeitos mágicos que Tarmud deixou no interior da Torre Fabulosa. Acredite! Talvez algum dia, os Flechas Prateadas tenham um arquimago extremamente capaz, que mereça ser o dono da Torre. Nunca fui seu verdadeiro dono e paguei caro por isso.

Mas essa carta é para falar sobre como fiz parte dos Flechas. Bem, determinado dia, recebemos informes de poucos sobreviventes, de que vilas na fronteira do Vale do Borla com a Floresta do Arco, teriam sido chacinadas. Por ser seu conselheiro arcano, Lorde Euphemes me enviou com uma pequena patrulha para investigar. Na visita na primeira vila, chegamos em plena noite e nos recolhemos numa estalagem local. No meio da madrugada, o único clérigo de sua patrulha foi atacado e estripado. Quando o encontramos morto em seu quarto, não achamos nem sinal do assassino. Pensei em voltar a capital, pois com a morte do clérigo, tínhamos perdido o nosso principal investigador do que vinha causando as chacinas. A insistência dos soldados, que pediram que eu continuasse a missão, levando em consideração a vida perdida do seus compatriotas, me fez continuar a investigação.

Naquela vila e nas próximas dias, inquirimos que todas as vítimas foram mortas por flechas, aparentemente feitas por elfos espectrais da Floresta do Arco. Ao chegar a terceira vila, a vila de Ralsac, meus homens se descontrolaram ao ver uma família de elfo espectrais morando lá. Eles tinham saído incólumes do ataque e testemunharam aos poucos que quiseram escutar de que um clã de orcs tinham feito o ataque, não elfos da floresta vizinha. Travei combate com eles, tentei apenas incapacitá-los, mas o número maior deles conseguiu me derrotar.

Felizmente, eles foram impedidos por um grupo de aventureiros, os Flechas Prateadas originais. Depois de derrotar meus soldados, eles me soltaram e apresentaram a todos provas de manipulação. A família élfica estava certa. Grupo de orcs estavam atacando vilas fronteiriças, matando e plantando flechas élficas para provocar uma nova guerra entre os vales do Borla e do Arco. Claramente, alguém bastante inteligente estava atrás desse plano. Soube do líder dos Flechas, Rudolph "Meias Longas", que havia um arauto incentivando a guerra do lado do Vale do Arco, que o mesmo suspeitava que seria comandante dos orcs. Decidi enviar um mensageiro para a capital, os soldados para a vila mais próxima e segui para Floresta do Arco com os Flechas.

Enfrentamos duas tropas de orcs infiltrados na região e vencemos. Alguns dias depois, fomos abordados por elfos selvagens e conduzimos a uma vila. Lá encontramos o Arauto em uma reunião para formar tropas de ataque. Depois que provamos que seríamos possíveis aliados nessa guerra, nosso ladino Johnny Cabelinho entrou no quarto do Arauto e encontrou provas de que ele seria o líder dos orcs. Quando pretendíamos capturá-lo, um ataque surpresa de orcs acontece. Nós os derrotamos, mas o líder elfo foi gravemente ferido. Tivemos que lidar com uma escolha: ir atrás do Arauto, que tinha fugido ou conduzir o líder elfo para o templo mais próximo.

Os Flechas decidiram escoltar o elfo. Um dia de viagem depois, um alarme mágico disparou em minha mente. a Torre Fabulosa estava sendo invadida. Um portal se abriu para me conduzir de volta. Apenas Zafira, a cavalheira se ofereceu para me acompanhar. Ao passar pelo portal, um grupo de orcs tentava saquear meu lar. Quem os comandava? O Arauto. Infelizmente o maldito tomou posse num pergaminho de teleporte e fugiu novamente dizendo que "voltaria, porque ele era o verdadeiro dono da Torre".

A vitória me aproximou ainda mais de Zafira e uma paixão surgiu entre nós. Larguei o conselho e o Vale do Borla por ela. Teleportei minha torre para Ordulin, em Sembia (pagando todas as autorizações e taxas possíveis e impossíveis sembianas) e vivi algumas semanas de amor. Após esse tempo, Zafira me convenceu a me juntar novamente aos Flechas, pois sua família fazia parte desse grupo de aventureiros/caravaneiros. Fiz um acordo com Rundolph e tornei a torre a representação em Sembia dos Flechas Prateadas.

Rafiq, não preciso lhe contar todas as aventuras que vive. Acho inclusive que você já sabe sobre as principais. Sabe bem da Guerra dos Vales, onde derrotamos um Rei Bugbear que conseguiu uma improvável união entre goblinoides e elfos drows. Quem era o mago escorregadio que planejava suas ações do Rei Bugbear? O Arauto. Novamente, o confrontei, mas perdi. Felizmente, fui trazido das garras da morte por Lara, clériga de Selune, irma de Zafira. Entre os tesouros do Rei Bugbear, encontramos o diário do Arauto. Lembra-se da minha última carta que lhe enviei? O nome do meu inimigo era Telurius. Sim, se ainda não ficou claro, o mago inimigo era o herdeiro da Torre Fabulosa, o assassino do meu mestre. E ele tinha feito tudo isso para conseguir um artefato dentro da torre. Depois disso, Telurius desapareceu. Tentei incontáveis vezes descobrir onde estava esse artefato ou o que ele fazia. Somente descobri futuramente, da pior forma.

Cinco anos depois, Zafira e eu continuávamos juntos, nos amando. Tinha transformado a Torre Fabulosa em uma escola de magia, era o responsável pela parte financeira da caravana dos Flechas e pensávamos em ter filhos. Mas Telurius ainda não tinha desistido. A nata da sociedade Sembiana visitava a torre na noite da formatura dos primeiros alunos arcanos. Lembro de como Zafira estava maravilhosa naquela noite. Abracei minha amada e a beijei como se fosse a última vez. E era a última vez.

Após uma chuva de efeitos pirotécnicos, um dragão negro atacou os jardins da festa de surpresa. Enquanto Zafira e alguns membros do Prateadas enfrentavam a criatura draconiana, eu e os outros conduzimos as vítimas para a Torre. Lá, tive que enfrentam outros inimigos. Nossa escola arcana tinha um mestre para todas as escolas arcanas, menos a necromancia. Quando entramos na torre, três dos mestres arcanos que eu contratei nos atacaram. Aparentemente, enfeitiçados pela mestra do Encantamento, Riva Tretogor. Enquanto enfrentamos Riva e os enfeitiçados, o amante de Riva obtinha o artefato, uma flauta carregada do poder de um deus morto-vivo marinho. Finalmente, Telurius tinha conseguido seu objetivo. Dessa vez, nem mesmo uma horda de afogados me impediu de matar Telirius. Mas a vitória na minha vida sempre tem gosto amargo. Não comemorei a vitória, pois minha esposa estava morta debaixo da carcaça sem vida do dragão negro.

A dor me fez me afastar da vida de aventureiro. Andar com os Flechas me lembrava da perda de Zafira. A escola também tinha acabado. Ninguém estudaria num lugar que guardava um artefato tão maldito. Iria me perder em garrafas de bebida quando fui chamado para ser conselheiro de Lorde Euphemes II. Voltar ao Vale do Borla me fez focar novamente. Não era mais aventureiro, meus talentos em governar e aconselhar estavam sendo utilizados. Mas a maldade sempre espreita. Após um ano, Lorde Euphemes II começou a não me ouvir mais e a cidade começou a cair em decadência, dominada por um clã criminoso de homens-rato. Como conselheiro, eu não conseguia lidar com a destruição de um governo. Mas poderia lidar com isso como aventureiro. Novamente reencontrei os Flechas, na verdade, um grupo deles, chamado Flechas Prateadas de Ametista. Eles fizeram um trabalho brilhante, derrubaram o clã criminoso e salvaram Euphemes e eu do domínio de um Devorador de Mentes que obscuramente comandava a capital do Vale do Borla.

Hoje, minha vida parece ter tomado um novo rumo. Recuperei uma cidade. Sei que não sou mais aventureiro, mas posso comandá-los. Quem sabe não volto a instituir a escola? Minha tinta de escrever está prestes a acabar. A história sobre como destruir a flauta artefato fica para uma futura carta.

Que os deuses guiem seu caminho, irmão Rafiq".