Após contornar as muralhas e chegar ao portão principal da Estalagem Braço Amigo, o capitão da guarda mágica Josh Lightner ajeita-se no seu cavalo, confere se suas roupas estão muito sujas da poeira da estrada e se volta para sua companheira de viagem, uma famosa barda da Costa da Espada, chamada Tune 'Violino de Fogo' Majii.
"Então, depois de meses viajando num lombo de um cavalo, chegamos no ponto de encontro onde vamos encontrar seu herói?"
"Vossa senhoria não precisa de herói, Sir Josh", Tune abriu um sorriso brilhante ao responder, "precisa de um caçador de demônios".
"Vossa senhoria não precisa de herói, Sir Josh", Tune abriu um sorriso brilhante ao responder, "precisa de um caçador de demônios".
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Gellana Mirrorshade sempre se impressionava com a força de Guldar Meio Orc. A cada 6 meses, Guldar e sua esposa orc Druga aparecia no Braço Amigo trazendo barris de cerveja orc e ervas medicinais que só existiam em Underdark. Hoje era o dia da entrega. Como sempre, o guerreiro carregava praticamente todos os 5 barris de 20 litros de uma vez para dentro do depósito da estalagem, enquanto Druga trazia as ervas para o templo de Garl Glittergold, O Deus Criador dos Gnomos.
Gellana era gnoma e única clériga responsável pelo templo. No momento, ela auxiliava Druga a descarregar as ervas - assim como evitava que a desajeitada e bruta orquisa derrubasse e/ou destruísse alguns dos móveis e decorações do templo. A gnoma sempre viu o casal como amigos, mas para evitar maiores intrigas, provavelmente vindas de outros hóspedes, intolerantes com a presença de orcs, acompanhava de perto os mesmos. Uma outra voz feminina soou às suas costas, lembrando que ela não estava sozinha enquanto Druga tirava mais uma leva de ervas de sua carroça.
"É verdade que o esposo daquela orquisa ajudou a derrotar um sumo sacerdote de um deus da guerra em um outro plano?"
"Não sei bem da história, mas sim, é verdade, senhora Majii. Não sei dar os detalhes, mas espero que, caso você queira realmente saber sobre isso, pergunte especificamente a Guldar. Druga, a esposa dele, odeia ouvir sobre a vida de aventureiro do companheiro dela. Aproveite e me ajude a colocar esses cogumelos naquela estante, longe do sol."
A barda, depois de oferecer uma rápida ajuda, cumprimentou a sacerdotisa e respondeu, antes de sair do santuário: "Vou aproveitar que o trabalho distancia o casal, para lidar com o meio orc, pois o meu empregador tem uma proposta de trabalho para ele."
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Alguns minutos depois, Tune Majii estava sentada à mesa, junto a Josh Lightner, no salão da taverna, observando Guldar conversando com o administrador da estalagem, Bentley Mirrorshade.
O cavalheiro arcano ainda não estava convencido sobre o motivo da viagem. Tinha já ouvido algumas das histórias do aventureiro que buscava contratar. O meio orc que Lightner observava não parecia um aventureiro. Parecia um fazendeiro. E ele saiu de Lua Argêntea, a centenas de quilometro de distância, por um meio orc aventureiro que parecia um fazendeiro. Ele terminou sua caneca de cerveja e encarou a barda.
"Lembre-me do que aquele humanóide fez, para fazer valer a pena tudo isso".
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"Nobre companheiro Guldar, fiquei impressionado de ver a facilidade com que você lidou com esse clã de escravagistas. Por isso, eu, Ted Teodoro III, clérigo de Helm, o convido a faz parte dos Guardiões do Conhecimento em sua próxima missão de carregar um livro sagrado de Silvanus até o Forte da Vela. Podemos contar com seus braços forte e incríveis habilidades de combate."
Guldar coçava a cabeça. Era difícil para ele entender o que o humano fracote, escondidoa trás de pedaços de metal e roupas coloridas, queria com ele. Tinham lutado juntos algumas horas atrás. Uns humanos tinham tentado roubar Guldar e conseguiram. Mas Guldar era bom em reconhecer cheiros e aqueles humanos fediam a erva halfling. O meio orc sabia onde as pessoas iam para fumar erva halfling.
Na época, Guldar era um leão de chácara de um taverneiro em Scornubel. Tinha conseguido esse trabalho depois de uma juventude atribulada. Nela, quase foi morto por um grupo de aventureiros que caçaram o seu grupo de pilhagem orc. Após anos de escravidão, voltou para sua vila orc natal e a encontrou queimada e vazia. Sem encontrar sobreviventes, para conseguir sobreviver, se ofereceu como brutamontes para a primeira companhia mercante que avistou na Estrada do Comércio. Infelizmente, a companhia mercante queria mercenários que pensavam; o forte de Guldar era bater. Logo, a companhia mercante o abandonou em Scornubel. Nesse mesmo dia, ele espancou bêbado humanoides que queriam assassinar o taverneiro por uma dívida de jogo. Ou seja, ganhou seu atual emprego.
"Vai ter briga igual onti? Guldar vai".
Ted Teodoro III deu um sorriso. Queria Guldar como aliado. Ele se lembrou de ontem à noite. Ontem, ele tinha dúvidas se ia sobreviver a um ataque direto a um grupo de bandidos que sequestravam pessoas na cidade, para vendê-los como escravos em alguma terra extremamente longe no sul. Baseado nas dezenas de pessoas que ele viu dentro do cativeiro, em suas investigações, esse ataque seria um suicídio. Mas ele agradeceu a Helm, quando o meio orc surgiu e inesperadamente arrebentou a porta da frente do esconderijo e saiu batendo na maioria deles, gritando "cês vão morrer, cês roubaram Guldaaaaar!"
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"Quê que ceis querem comigo?"
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"Quê que ceis querem comigo?"
Guldar bebia com nenhuma delicadeza a caneca de cerveja, derramando um terço dela pelos lábios. A barda sentia que o incômodo que o cavalheiro arcano das Fronteiras Prateadas, que estava sentando ao seu lado, crescia mais e mais e decidiu rapidamente que devia lembrar de outra história do guerreiro de cara porcupina.
"Sr. Guldar, meu empregado, senhor Josh Lightner, deseja contratá-lo. Mas primeiramente ele gostaria de saber se são verdade algumas de suas histórias. Pois em uma delas, você mostra uma qualidade que ele precisa. Posso contá-las e você confirma, certo?"
"Desembucha, (arroto), fêmea!"
"Soube que você defendeu uma caravana que trazia um artefato divino, o Livro da Flora de Silvanus, de bandidos, demônios e até de um dragão. Não foi isso?"
"Isso mermo, moça. Bati pouco nesse serviço. Mal alembrava."
Majii viu que a resposta do meio orc tinha despertado o interesse de Lightner. Portanto, era hora de continuar a contar os feitos do futuro contratado. "Já contei ao meu companheiro que você derrotou um sumo-sacerdote do..."
Guldar bate na mesa revoltado e interrompe a história. "Matei aquele desgramado. Guldar chateado, perdeu mangual que quebrou a cabeça dele. Lembrança ruim. Beeeentlei, cervejaaaa!"
A barda segurou a risada e continuou seu texto preparado mentalmente, desde que a guarda arcana lhe procurou em Lua Argêntea para achar um caçador. "Sr. Guldar, conte-nos de quando você acabou com culto macabro que seu filho fez parte."
Guldar segurou forte na mesa. A história que a fêmea humana lembrou ainda lhe trazia uma raiva descomunal.
"Aqueles demônio queria roubar meu fiooooo!"
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A missão dos Guardiões do Conhecimento foi cumprida. Depois de cumprida, Ted Teodoro III morreu e o grupo foi desfeito. Quando a tristeza de não mais ser aventureiro se apoderava do guerreiro meio orc, uma feiticeira de outro mundo lhe convocou para uma aventura.
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A missão dos Guardiões do Conhecimento foi cumprida. Depois de cumprida, Ted Teodoro III morreu e o grupo foi desfeito. Quando a tristeza de não mais ser aventureiro se apoderava do guerreiro meio orc, uma feiticeira de outro mundo lhe convocou para uma aventura.
Novamente, Guldar cumpriu sua missão e teve que voltar para seu mundo. A felicidade que tinha em lutar tinha acabado mais uma vez. Voltou a taverna que ele trabalhava, mas seu dono decidiu abandonar o negócio e repassou para ele. Como o guerreiro não entendia bem do negócio, pouco tempo depois a fechou. A sensação de tudo o que tinha de bom na vida dele, principalmente naquela cidade, tinha terminado cresceu em sua mente. Ele decidiu que era hora de voltar para casa.
A volta ao lar trouxe boas notícias. A vila orc foi reconstruída. Drusa, a orquisa que tinha o iniciado ao sexo, estava viva e tinha engravidado de um filho dele, Bali, já crescido. Era a felicidade que Guldar queria. Junto com bater nos outros.
A vida de Guldar foi tranquila por alguns anos, tirando as ocasionais agressões que recebia da esposa, quando ele fazia (ou não fazia) algo errado. O estilo de aventureiro ainda lhe atraia, mas goles de cerveja apagavam essa vontade.
Drusa lhe deu alguns murros para passar a bebedeira em uma madrugada. O filho dos dois havia desaparecido a mais de uma semana. Na barraca onde Bali dormia, havia símbolos macabros e sangue. Ele seguiu o cheiro de morte.
Alguns quilometro depois, Guldar achou a ruína de onde vinha o cheiro. Lá, orcs e meio orcs de sua vila passavam por uma transformação. Ao se aliar com tieflings e demônios através de um ritual profano, os membros de sua raça se tornavam Tanarukks. Na fila para se tornar essa abominação estava Bali.
Uma fúria tomou Guldar. O guerreiro brutal voltou. E só descansou quando derrubou todos e carregou seu filho de volta a vila. Após uma discussão acalourada, entregou seu filho para Drusa cuidá-lo, enquanto voltava a ruína ocupada pelo culto demoníaco. Ele queria ter certeza de que não havia deixado sobreviventes. Na local do ritual profano, ele contou com dificuldade os corpos. Não sabia se tinha matado todos, mas teve a certeza dentro de si de que o demônio que dominava aquele culto tinha escapado. Guldar jurou que ia encontrá-lo. O filho de mais ninguém seria transformado em nada tão macabro enquanto ele vivesse.
***
Josh Lightner tinha ouvido a história do massacre contra o culto de demônios e tinha entendido a mensagem, mesmo com as dificuldades que o meio orc tinha ao falar. Tinha encontrado ali o guerreiro que precisava. Sua terra estava sendo ameaçada por criaturas demoníacas e ele tinha em sua frente a pessoa certa para detê-las. Guldar Meio Orc.